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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Deitamos no imenso tapete marrom de folhas secas. Pinicavam-me, e eu reclamava mentalmente. Ela – deve ter feito o mesmo – disse-me nada sobre tais. Disse-me, porém, palavras que não me esqueço.

- O que gostas em mim? – ela disse, olhando fundo em meus olhos.

- Teu seio esquerdo. – disse, com olhar sério.

- Que tem meu seio esquerdo?

- É maior que o direito.

- Mentira!

- Verdade. Não há nada de ruim nisso. Há muito de bom, por sinal. – entre risos.

- Tá. Mas, não é o que quis dizer.

- Que é, então? – tentava-me recompor dos risos.

- Qual qualidade minha você gosta?

- Gosto do teu sexo. – sério, novamente.

- É impossível ter uma conversa séria com você!

- Apenas disse-lhe a verdade.

- Tá!

- Tá.

Silêncio durou algum tempo. Foi sempre assim, desde o começo daquele algo que tínhamos – “algo”, porque namoro, não era, mais que namoro, com certeza. Discutíamos, não mentíamos, porém.

- Gosto dos teus olhos, da tua boca e do teu sorriso. Mas, isso é clichê. Gosto do jeito que você olha as crianças, qualquer seja, e seus olhos brilham. Gosto também dos teus cabelos, mas, gostava mais quando eram castanhos. Gosto, sim, do teu seio esquerdo e, também, daquele outro ao lado dele. Gosto da sua cara de brava. Gosto de como você tapa o rosto quando te elogio. Amo (enfatize o amo) o jeito que enrola os fios de seu cabelo com os dedos e o jeito como você o roda quando me dá as costas, depois de brigarmos. Eu gosto de te olhar indo embora, não que eu goste que você vá embora. Menina, eu gosto do teu cheiro. E da sua sinceridade, sua facilidade em dizer “não” e, quase nunca, “sim”. Você é esperta, não se entrega facilmente, e, isso eu adoro. Gosto do jeito como me atraiu. Mas eu, principalmente, gosto do teu sexo.

- E eu gosto do jeito teu jeito de falar as coisas mais belas e pôr tudo a perder em uma simples frase.

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